2004 agostinho

Degradação Ambiental em Unidades de Conservação Estaduais: o caso do Parque Ecológico Altamiro de Moura Pacheco e seu entorno

Autor (a): Agostinho Carneiro Campos

Orientador (a): Drª. Selma Simões de Castro

Data da Defesa: 28/09/2004

Resumo:

Nas últimas décadas, a região dos cerrados vem experimentando intensas transformações que, entre outras conseqüências, reduziram drasticamente os espaços ocupados pela flora nativa, desencadeando situações ecológicas variadas e extremamente preocupantes. A cobertura vegetal do cerrado vem sendo substituída por múltiplas paisagens antropizadas, em especial agropecuária que causam impactos negativos no meio ambiente, por interferirem e comprometerem a paisagem natural, a exemplo do Parque Ecológico de Preservação Ambiental e Florestal Altamiro de Moura Pacheco (PEAMP), e seu entorno, objeto deste trabalho. Inserido na micro-região de Goiânia,  representa uma das últimas testemunho do chamado  Mato Grosso Goiano (Mata Estacional Semidecidual) e um patrimônio natural, rico e diversificado em espécies vegetais e animais de  ambiente florestal em área de cerrado, assim  como em acervo arqueológico-cultural. A degradação na  sua paisagem e de seu entorno já é visível e poderá comprometer e promover a extinção de espécies florísticas e faunísticas endêmicas que deveriam estar preservadas. Criado em 1991, ainda revela carência de estudos básicos e de monitoramento da revegetação como aqueles feitos em áreas degradadas de outras Unidades de Conservação de Proteção Integral, como é o caso. A presente pesquisa enfatiza  a questão relativa à degradação ambiental das áreas do referido parque e de seu entorno, com o objetivo de apresentar  suas características atuais, relacionar os impactos negativos e orientar as ações para  sua recuperação em escala de detalhe, de modo a contribuir para que possa desempenhar corretamente suas funções como Unidade de Conservação.  Para tanto, a execução desta  dissertação procedeu-se à revisão bibliográfica, teórica relativa a Unidades de Conservação, Legislação Ambiental e metodológica para  fins de operacionalização do trabalho diagnóstico; procedeu-se, posteriormente, à caracterização do meio físico do PEAMP e de seu entorno com ênfase na cobertura vegetal e nos fatores do meio físicos relacionados, como  relevo, solos e uso do solo, com base em imagens de satélite e fotografia aéreas de períodos diferentes para identificação dos padrões de evolução, acompanhadas  de observações  atuais de campo; e elaboração de mapas temáticos em escala de 1:50.000 seguidos de correlação, tabulação, análise e interpretação. Aos resultados revelam a necessidade em se pensar mecanismos que possibilitem o uso múltiplo das terras do entorno e o uso adequado de seu interior, e ressaltam que a fragmentação da UCs em relação às áreas de entorno tem sido motivo de preocupação entre pesquisadores, instituições governamentais e não-governamentais e que o PEAMP representa bem esta realidade, devido ao risco de maior isolamento dessa e de área vizinha que  ainda apresentam considerável cobertura original vegetal nativa (Parque dos Ipês). Por fim propõe-se alternativas para minimizar a degradação ambiental de sua paisagem e a diminuição da biodiversidade da região.

Palavras-chave: Unidade de Conservação, Parque Ecológico Altamiro de Moura Pacheco, Degradação Ambiental, Recuperação, Revegetação.