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Dissertações (2006) 

 

As Alterações Ocorridas na Paisagem por Onde Passam as Procissões de Pirenópolis – Goiás: 1920 a 2005

Autor (a): João Guilherme da Trindade Curado

Orientado (a): Dr. Carlos Eduardo Santos Maia

Data da Defesa: 05/09/2006

Resumo:

No presente trabalho, as procissões, festas tradicionais do catolicismo popular, são analisadas considerando-se a paisagem da cidade de Pirenópolis, sobretudo as rotas pelas quais os cortejos festivos trasladam entre a partida e a chegada na Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário, epicentro da cidade e da religiosidade. A interpretação geográfica embasada na paisagem visa à percepção do fenômeno das procissões como “tradição festiva” que perpassa ruas, largos e gerações pirenopolinas por entre casas construídas em estilo colonial e que sofreram modificações com tempo. Não só os aspectos construtivos e históricos de Pirenópolis são pertinentes, mas as alterações comportamentais face às procissões e à composição urbana da cidade entre 1920 e 2005 são abordadas quando se analisam “As procissões pirenopolinas na alegoria da paisagem”. Já no segundo capítulo, intitulado “Seguindo as procissões pelas ruas da cidade: ritos e símbolos de uma devoção festiva”, discutimosa ritualidade das procissões e a tradicionalidade do festejo. A discussão teórica é mesclada com depoimentos de moradores e participantes das festas processionais. Rua, casa e igreja são elementos que constituem a tríade compositora da paisagem trilhada pelos cortejos festivo-religiosos, por isso se faz mister uma interpretação espacial dessa tradição festiva. Em seguida, enfocamos a integração entre “os mundos”, sendo as janelas das casas locais privilegiados, por permitirem a visualização de diversas paisagens, ao mesmo tempo em que compõem o cenário festivo e ritualístico das tradições pirenopolinas. A arte é uma das atividades vinculadas à interpretação do fenômeno cultural-religioso das procissões, visto que inspiram artistas em suas obras. Mesmo ante as mudanças surgidas com inúmeras influências, como a proximidade de duas capitais, Pirenópolis manteve nas festas das procissões, principalmente nas da Semana Santa, um elo rizomático entre as “famílias pirenopolinas”, revelando que, mesmo quando distantes, “peregrinar é preciso” e, para tanto, nada melhor do que “andar com fé eu vou, que a fé não costuma faiá”, assim como as procissões de Pirenópolis. Nota-se que, seguindo o calendário festivo e tradicional local, as procissões têm acontecido sistematicamente, independentemente de certas alterações ritualísticas.

Palavras Chave: Procissão, Paisagem, Festa e Pirenópolis.