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Dissertações (2009)


A dengue no Estado de Goiás - estudo do comportamento espaço temporal de 2001 a 2008: contribuição ao estudo das causas.

Autor(a): Renata Dias Junqueira

Data da defesa: 25/08/2009

Resumo:

O mosquito aedes aegypti é o vetor transmissor da dengue, uma doença febril e de etiologia viral. São conhecidos quatro sorotipos do vírus do Dengue- 1, 2, 3, e 4 e sua transmissão ocorre quando houver presença do vírus no sangue do homem (período de viremia). Os sintomas da doença são: febre alta, dor de cabeça, dores nas juntas, vômito, manchas  ermelhas no corpo e nos casos mais complicados hemorragia. O aedes aegypti é um mosquito que se caracteriza como uma espécie tropical e subtropical encontrada no mundo, entre as latitudes 35º N e 35º S. Esse vetor foi erradicado e re-introduzido diversas vezes no Brasil. Contudo, atualmente esse vetor tem sido um problema de Saúde Pública no país, de proporções alarmantes, pois disseminou-se em todas as regiões da federação e consome 1,2 bilhões de recursos federais em seu combate. Só em 2008 foram notificados 48.787.726 casos no país. A região Centro-Oeste foi situada dentre as que apresentaram a maior incidência da doença, devido aumentos notáveis até 2008, ano caracterizado como o pior de todos. Nessa região destaca-se o estado de Goiás, que concentrou quase 70% do total de casos registrados para o Centro-Oeste.Com o intuito de se compreender o comportamento espaçotemporal da dengue no estado de Goiás desde 2001, quando se inicia seu aumento, procurou-se levantar os dados relativos às notificações por município com o fim de  ealizar uma análise espaçotemporal da doença e identificar as causas do crescimento notável observado nos últimos anos. Analisou-se a possibilidade de existência de ciclos epidemiológicos, a relação entre a época da incidência e o clima e a relação epidêmica entre a incidência da doença e a distribuição e crescimento da população. Os resultados revelaram que na evolução espaço-temporal Goiânia e sua região metropolitana, em especial Aparecida de Goiânia, além de Brasília e seu entorno, correspondem às duas regiões mais populosas e mais afetadas pela doença no estado. Notou-se um avanço rumo a outras regiões do estado, para os municípios servidos pelas principais rodovias nacionais e estaduais conectadas, rumo ao sudoeste (Rio Verde), ao Norte (Porangatu), e a Sudeste (Catalão), todos mais populosos. Não se constatou relação direta com os fluxos migratórios conhecidos para o estado, principalmente os relacionados à última fronteira agrícola dos anos 60 e 70 do século passado, mas sim com suas conseqüências em termos de expansão urbana metropolitana e de certas cidades do agronegócio. Constatou-se a ocorrência de três picos epidemiológicos, 2002, 2006 e 2008, e evidências de ocorrência também na estação seca, contrariando o ciclo conhecido, associado à estação chuvosa, bem como sua ocorrência disseminada, isto é, não relacionada com qualquer segregação sócio-espacial, contrariando comportamento também conhecido associado a áreas pobres e desservidas de infra-estrutura de saneamento ambiental. Constatou-se que as políticas públicas de combate tem sido ineficazes, embora os surtos antecedam a períodos de maior concentração de medidas de controle. Conclui-se que a educação ambiental, formal e informal, e o papel da sociedade civil organizada podem ser instrumentos mais precisos e eficazes de combate à propagação da doença, até que uma vacina seja descoberta.

PALAVRAS-CHAVES: Dengue, Goiás, Urbanização acelerada, ciclos epidemiológicos, causas.