topo.jpg

2008 fabio

 

Dissertações (2008)


 

 

 Do Rural ao Urbano: Uma Leitura Geográfica das Mudanças no Modo de Viver e nas praticas Alimentares em Goiás 

Autor(a): Fábio Chaveiro de Souza

Orientador(a): Maria Geralda de Almeida

Data da defesa: 06/06/2008

Resumo:

O presente trabalho, a partir de relatos de antigos moradores do campo, de dados estatísticos e com base no referencial teórico, faz uma análise de como era o modo de vida e as práticas alimentares do sujeito goiano quando este residia no campo e as principais alterações ocorridas, nas últimas décadas, com a modernização territorial em Goiás e seu deslocamento para a cidade. As questões relacionadas à alimentação e modo de viver são tratadas em dois cenários distintos no espaço e no tempo. O primeiro se caracteriza por um ambiente de ruralidade, possuidor de um baixo nível de densidade técnica, onde as relações capitalistas eram pouco desenvolvidas, trata-se do Goiás rural das décadas de 1960/70. O homem, muito próximo à natureza, detinha o controle sobre a maior parte dos aspectos relacionados à sua alimentação desde a produção e preparo até o consumo final. O segundo, refere-se a um ambiente urbano, altamente tecnificado, “moderno”, caracterizado por um dinamismo e relações capitalistas desenvolvidas – a metrópole goianiense. O ser humano se distancia da natureza e passa a desconhecer a forma como é produzida e preparada a maioria dos alimentos que consome. As práticas alimentares têm relações diretas com a dinâmica sócio-espacial e cultural do território goiano. Por isso, elementos como relações de poder, etnicidade, status, capacidade econômica, religião, estética, pressão publicitária etc., são aspectos da cultura que desempenham papéis importantes na determinação das preferências alimentares. Assim, a variação nas práticas alimentares é fruto da atuação diferenciada desses e de outros elementos, nos lugares. Originária do modo de vidaurbano, a comensalidade contemporânea passa a se caracterizar pela escassez de tempo para o preparo e consumo de alimentos, pela vasta opção de produtos alimentícios, pelo uso de estabelecimentos como restaurantes, lanchonetes, padarias, entre outros para o exercício do ato alimentar em substituição às refeições em casa, pelo arsenal publicitário associado à alimentação, pela flexibilização de horários para comer e pela crescente individualização dos rituais alimentares. Contudo, o sujeito goiano não abandonou completamente os velhos hábitos, costumes, crenças e representações em relação às práticas alimentares do tempo em que morou no campo.

Palavras-chave: modo de vida, espaço e tempo, Goiás, práticas alimentares, rural e urbano.