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2009 rodrigo

 

Dissertações (2009)


O DAIA, isso serve, em primeiro lugar, para a apropriação do território

Autor (a): Rodrigo Mendes da Silva

Data da defesa: 24/08/2009

Resumo:

A pesquisa tem como objetivo compreender o município de Anápolis/GO e o Distrito Agroindustrial – DAIA, a partir do emaranhado de relações sociais, urdidas por diversos sujeitos, destacando-se o Estado, o empresariado e a classe trabalhadora local. O Distrito Agroindustrial está situado no eixo Goiânia-Anápolis-Brasília (tido pelas forças locais como importante eixo, com considerável contingente populacional e fluxo de capitais, apontado como um dos principais corredores de desenvolvimento no país) que possui considerável infra-estrutura e um parque industrial bem consolidado, com destacada localização geográfica, em meio a um entroncamento de rodovias federais, estaduais e ferrovias ficando relativamente eqüidistante a qualquer ponto do país. O objetivo central é elucidar como se deu o processo de produção/apropriação do território compreendido por Anápolis e o DAIA, permeado por disputas, e através das vozes e dos discursos dos sujeitos envolvidos, desvelar seus níveis de influência e os reais beneficiários dos (re)ordenamentos territoriais. Para tanto, apoiamos nossas análises na categoria território capaz de mostrar os conflitos e contradições, utilizando também a análise do discurso como instrumento metodológico. Primeiramente, abordamos as recentes transformações ocorridas na dinâmica da economia do estado de Goiás e sua inserção no cenário nacional e mundial, em que se observa uma intensificação das atividades industriais espalhadas pelo estado, através das políticas de desconcentração via Distritos Agroindustriais, e como o DAIA surge nesse contexto. Faremos também a análise de entrevistas com os atores envolvidos, assim como fontes documentais na busca da identificação de discursos hegemônicos. Por fim, o DAIA e Anápolis serão abordados como territórios em permanente disputa, elucidando-se o emaranhado de relações urdidas, confrontando dados estatísticos, e (des)construindo o desenvolvimento, historicamente atrelado ao surgimento do Distrito Agroindustrial. Fizemos a coleta de dados acerca do DAIA assim como leituras de bibliografias pertinentes num apanhado de dados quantitativos e também qualitativos disponibilizados em órgãos públicos como Secretaria da Fazenda do Estado de Goiás – SEFAZ, Secretaria de Planejamento – SEPLAN, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas – IPEA, Ministério do Trabalho – MT, Universidade Estadual de Goiás, Universidade Federal de Goiás, dentre outros, além das entrevistas realizadas em trabalhos de campo in loco. Como principais referências utilizamos, dentre outros, E. Chaveiro, T. Arrais, P. Bertran, B. Borges, N. Chaul, M. Mendonça, C. Raffestin, M. Santos, R. Haesbaert, R. L. Corrêa, M. C. Andrade, M. J. L. Souza, F. Perroux. D. Harvey, M. Foucault, J. Gómez, M. Pochmann, C. Furtado, R. Antunes. Veremos como é possível identificar um discurso dominante em que o DAIA foi o principal responsável pelo desenvolvimento do município, assim como sendo um poderoso gerador de empregos, e como essas afirmações são frágeis e não vão além de discurso, que mostra sua maior eficácia na camuflagem dos jogos de poder, dos verdadeiros movimentos na produção e apropriação do território anapolino e seu Distrito, omitindo também e os reais beneficiários de todo esse processo de (re)ordenamento territorial orquestrado pelo capital.

PALAVRAS-CHAVE: Distritos Agroindustriais, Anápolis, DAIA, Apropriação do território,
Desenvolvimento.