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DEFESA DE MESTRADO DE MIRNE-GLEYDE LAGARES, dia 05/10/2009 às 14:00 hs

Título:

A FESTA DE SÃO JOÃO BATISTA: DA HENEALOGIA DOS LUGARES ÀS REDES SOCIAIS E A (RE)CONFORMAÇÃO DO TERRITÓRIO ” 

Data
05/10/2009

Hora:
14h00min

Local:
Mini-Auditório do IESA, Campus Samambaia/UFG

Banca:
Presidente/Orientador
   Prof. Dra. Maria Geralda de Almeida - UFG

Membro Convidado
   Prof. Dr. Eguimar Felício Chaveiro - UFG

Membro Convidado
   Prof. Dr. Maria Aparecida dos Santos Tubaldini - UFMG

Palavras-chaves:
festa de São João Batista, lugar, território, ressignificação espacial

RESUMO
 

A festa de São João Batista estudada acontece anualmente entre o município de Heitoraí-GO e o distrito de Uruíta-Uruana-GO. É uma festa rural, ocorre por volta do dia 23 de junho e possui caráter transitório anual. O trabalho de organização não é remunerado e a comida e doce servidos no último dia são gratuitos. Todos os rituais, despesas e o próprio trabalho são realizados coletivamente pelas comunidades residentes em tais áreas. A festa de São João Batista iniciou-se, segundo entrevistados, para o pagamento de uma promessa feita para o córrego local voltar a ter água no seu leito. Neste contexto, indaga-se: Quais e como os fatores e/ou manifestações socioculturais (re)configuram anualmente o território da festa de São João Batista? O que mantêm “vivo” um território festivo tão diferente dos comumente vividos em outras festas na atualidade? Qual o papel dos mitos, tradição, rituais, “lugares de memória”, das redes sociais e do cotidiano na (re)configuração da festa? Para responder a estes questionamentos, recorre-se à sociologia, a antropologia, a geografia, entre outras. Nestas ciências, busca-se ampliar o conhecimento sobre as categorias território, lugar e festa, embasadas no conceito de redes sociais e cotidiano, para se compreender as manifestações culturais da festa de São João Batista. Para tanto, as técnicas metodológicas utilizadas foram subsidiadas pelas ciências humanas como: observação-participante, entrevistas, conversas informais, rodas de conversas com os fiéis-participantes, fotos, folders e revisão teórico-metodológica. Para a análise dos lugares, do território e das redes sociais na festa de São João Batista vários autores foram referenciados: Paul Claval (1999, 2001), Bonnemaison (2002), Duvignaud (1983), Satyro Maia (2003), Chianca (2006), Barcellos (1995), Serpa (2005), Haesbaert (2006, 2007), Brandão (2004), Almeida (2003; 2005), Pessoa (2005), DaMatta (1997), Canclini (2003), Massey (2000), Rosendahl (2003), entre outros. Os resultados ressaltam a importância das redes sociais e do cotidiano na manutenção atual do território da festa de São João Batista. Enfatizam a força das comunidades rurais, bem como, de suas identidades geridas a partir de uma base em comum, a lida permanente com a natureza. Também os resultados reforçam a existência de vários outros fatores como os “lugares de memória”, os “geossímbolos”, os “lugares temporários”, os rituais sagrados/profanos, a força da tradição festiva, as transformações que (re)significam o território da festa de São João Batista. Os elementos destacados acima fazem parte da (re)configuração deste território festivo, estando, cada qual, entrelaçado na (re)formação frequente da teia da festa de São João Batista. Enfim, tonifica a idéia de que a fronteira deste território festivo está nos homens, na identidade que possuem, a qual influencia diretamente no sentido de festejar, perceber e viver a festa de São João Batista.

Fonte: PosGeo