
DEFESA ANDRELISA DIA 18/04 ÀS 14h00
Impactos Ambientais na Alta Bacia Urbana do Rio das Antas em Anápolis (GO)
Banca:
Profa. Dra. Luciana Maria Lopes/UFG (Orientadora)
Profa. Dra. Suely Regina Del Grossi Michelotto/UFU (Membro titular)
Prof.ª Dra. Maria Amélia l. Soares do Nascimento/UFG (Membro titular) A alta bacia do rio das Antas possui aproximadamente 17 km2, situando-se numa área de expansão urbana na porção sudoeste de Anápolis. Elaborada sobre paragranulitos do Complexo Granulítico Anápolis-Itauçú, apresenta distintos modelados. O Modelado de Aplanamento, com altitudes acima de 1100 m, com declividades predominantemente inferiores a 5%, caracteriza-se pela presença de topos planos sustentados por laterita ferruginosa. O Modelado de Dissecação, com altitudes entre 1100 e <1000 m, abrange o domínio das vertentes compartimentadas em vertentes do trecho superior, com declividades de 5 a10%, vertentes médias com valores entre 10% e >25%, e baixas vertentes que voltam a exibir valores entre 5 e 10%, todas recobertas por Latossolos Vermelho-Amarelos. O Modelado de Acumulação, com altitudes < 1000 m, possui declividades inferiores a 5% compreendendo uma planície de inundação segmentada evidenciada pela característica plana e pela presença de aluvião e de Gleissolos. Tal bacia é área de tensão ecológica com vegetação de Cerrado no Modelado de Aplanamento e de remanescentes da Floresta Estacional nas vertentes dos interflúvios, destacando-se ocorrências pontuais de Mata de Galeria inundável em áreas de proximidade do lençol freático. As primeiras formas de uso e ocupação da terra na bacia ocorreram pela agropecuária que se encarregou de desmatar parte considerável da vegetação natural. Posteriormente, o uso do solo foi se tornando urbano e, gradativamente, a área foi sendo parcelada. Tal parcelamento não ocorreu necessariamente em função de uma demanda social, mas para atender interesses associados a uma explícita especulação imobiliária o que contribuiu para a implantação de loteamentos sem infraestrutura adequada que considerasse as fragilidades naturais do meio físico e, principalmente, a importância de uma vida digna para os moradores. Da implantação dos bairros sem infra-estrutura sobre vertentes longas revestidas por solos suscetíveis à erosão resulta que a área da bacia é intensivamente afetada por erosões em sulcos, ravinas e voçorocas tendo sido cadastras 14 voçorocas, 28 ravinas, 52 áreas afetadas por sulcos, e 20 áreas afetadas por uma associação de sulcos e ravinas. A grande maioria dos focos erosivos ocorrem no Modelado de Dissecação especialmente nas vertentes com declividades entre 10 e 25% na margem leste da bacia onde o comprimento da vertente é maior. Os horizontes A + B do Latossolo Vermelho Amarelo que revestem as vertentes são pouco espessos, de modo que as incisões erosivas atingem rapidamente o horizonte C muito profundo e altamente friável derivado da alteração de rocha félsica rica em quartzo (paragranulito). A suscetibilidade erosiva de tais solos é potencializada pela implantação de ruas no sentido da declividade, a maioria desprovida de pavimentação asfáltica e de microdrenagem. Outro fator que contribui para a instalação de erosões é a ocorrência de chuvas de verão de alta intensidade e curta duração que concorrem à formação de fluxos concentrados de água. Às incisões erosivas associam-se depósitos tecnogênicos exemplificados por aterros resultantes do lançamento de entulho e lixo. Esse lixo é carreado, junto com as partículas do solo, para o leito do rio das Antas onde existem cones de dejeção bem esboçados que evidenciam o assoreamento do rio das Antas, processo também muito nítido à jusante no lago do Parque Onofre Quinan. O assoreamento do Antas, juntamente com outros fatores, favorece a ocorrência de inundações, tendo sido também registrados vários pontos de alagamento associados à impermeabilização do solo e ineficiência da microdrenagem. Todos esses impactos agravam a já precária qualidade de vida dos moradores da bacia dificultando, entre outros procedimentos comuns, sua trafegabilidade, e os colocando à mercê de vários riscos tais como quedas e contaminação.
RESUMO
PALAVRAS-CHAVE: Bacia hidrográfica, meio físico, uso da terra, erosão, qualidade de vida.
Fonte: Secretaria da Pós-Graduação