DEFESA DE TESE DO DOUTORANDO SANDRO DE OLIVEIRA SAFADI

O Programa de Pós-Graduação em Geografia convida a todos para sessão pública de defesa de tese do doutorando Sandro de Oliveira Safadi.

Data e horário

Dia 24 de agosto de 2012 às 14:00 horas

Local 
Sala 03 do Instituto de Estudos Socioambientais - Universidade Federal de Goiás - Campus Samambaia

Título

Meandros do sujeito:

A tendência humanista-cultural da Geografia brasileira contemporânea e o despertar da existência.

RESUMO

A presente pesquisa versa sobre a aproximação da Geografia brasileira em direção a outros campos do saber, uma Geografia plural em construção. O coletivo de pensadores, neste trabalho representado por vinte e um pesquisadores, foi aqui definido como partidários de uma tendência humanista-cultural. Nossa investigação se ocupa, prioritariamente, da discussão que engloba o sujeito no interior desta tendência, que é expressa numa tensão, tendo, de um lado, uma abordagem fenomenológica-existencial, a partir da influência de Edmund Husserl, Maurice Merleau-Ponty e Martin Heidegger e, de outro, uma forte adoção de entendimentos próximos à psicologia, sobretudo pela leitura de Jean Piaget. Esta duplicidade é também expressa no conjunto de influências geográficas, sendo a primeira um viés anglo-saxão, gestado pela Geografia Cultural de Carl Sauer e renovado a partir do pensamento de Anne Buttimer, Edward Relph, Yi-Fu-Tuan, David Lowenthal e Dennis Cosgrove e de outra influência francesa, a partir da obra L homme et la terre de Éric Dardel, somada aos trabalhos de Paul Claval e Armand Frémont. A argumentação principal desta tese é a de que esta aproximação muito expressiva em direção à psicologia, com a introdução de expressões como sensação, percepção, afetividade, cognição e emoção, aporta à Geografia uma complexa rede de interfaces, quase incontornáveis, processo aqui reconhecido como uma psicologização do discurso geográfico. Em contrapartida, aproximamo-nos de uma vertente geográfica francesa, a partir dos trabalhos de Augustin Berque e de conceitos como écoumène e médiance, na busca por um caminho alternativo à ideia de todo vivo, do Bios reinventado, presente nas perspectivas integradoras. Emergindo como níveis de universalidades, as escalas de análise são postas e, nesta perspectiva, o corpo como expressão natural primeira é apresentado como ponto de partida para o movimento de extrapolação do tangível biológico. O sujeito é, nesta medida, um ser profundo, dotado de intangibilidade e reconhecido como movimento de expulsão rumo à existência. 

Palavras-chave: Sujeito, Existência, Epistemologia, Geografia Humanista-cultural, Psicologização.