DEFESA DE TESE DA DOUTORANDA ADRIANA APARECIDA SILVA
Dia 17 de agosto de 2012 às 08:00 horas
O Programa de Pesquisa e Pós-Graduação em Geografia convida a todos para sessão pública de defesa de tese da doutoranda Adriana Aparecida Silva.
Data e horário
Dia 17 de agosto de 2012 às 08:00 horas
Local
Anfiteatro do Instituto de Estudos Socioambientais - Universidade Federal de Goiás - Campus Samambaia
Título
INDICADORES DE MUDANÇAS ESTRUTURAIS EM SOLOS DO CERRADO GOIANO EM ÁREAS DE EXPANSÃO DA CANA-DE-AÇÚCAR - O CASO DA MICRORREGIÃO DE QUIRINÓPOLIS, GOIÁS.
RESUMO
O estado de Goiás se destaca no processo atual de expansão da cana-de-açúcar, estando hoje entre os três estados com maior área cultivada e produção. Por questões logísticas, edafoclimáticas e de interesses econômicos sua mesorregião sul sobressai, sobretudo a microrregião de Quirinópolis (MRQ), onde o processo de expansão se iniciou em 2004, cuja primeira safra deu-se em 2006/2007. A amplitude dessa expansão refere-se a 5 mil ha em 2006, 50 mil ha em 2008, chegando em 2010 a 116 mil ha. Apesar das políticas públicas apontarem as áreas com pastagem degradada como alvos preferenciais de expansão, a MRQ, no entanto, substituiu inicialmente áreas onde havia o cultivo de grãos, principalmente soja, seguindo-se de áreas com pastagem extensiva, mas não necessariamente degradada. O processo de expansão da cana-de-açúcar na MRQ ocorreu primeiramente em Latossolos Vermelho distroférricos (LVdf) de textura argilosa, em substituição às áreas de cultura anual, para em um segundo momento, esgotada a oferta dessas áreas, substituir áreas de pastagem nos Latossolos Vermelho distróficos (LVd) de textura média. Tais solos relacionam-se à Capacidade de uso AII, com Potencial muito alto de compactação em decorrência da sua textura argilosa a muito argilosa, e a Capacidade de uso BVI, de alto Potencial de compactação em decorrência de textura média. A cana-de-açúcar é considerada cultura semiperene que, por fazer uso de maquinário pesado em todas as fases do processo agrícola, é também considerada como de alto potencial à compactação dos solos quando estes apresentam texturas médias a muito argilosas, como é o caso. Nesse sentido, a hipótese desta tese é que a expansão do cultivo da cana-de-açúcar na MRQ levou à compactação em graus variados em função dos tipos de solos e dos manejos adotados, dentre os quais ser ou não fertirrigado com vinhaça. A metodologia geral da pesquisa partiu dos estudos de evolução do processo de expansão da área cultivada, com destaque para as áreas de risco ao processo, onde foram selecionados perfis de solos representativos dos dois tipos de solos indicados, todos submetidos ao mesmo preparo inicial e no quarto ciclo da cultura, variando o manejo e o histórico de uso, e perfis em áreas de vegetação natural, consideradas como de controle. Neles procedeu-se à descrições macro e micromorfológicas, análises de fertilidade, ensaios de resistência e determinações em laboratório relativas à densidade e porosidade, incluindo-se estudos de morfoporosidade com análise de imagens sobre lâminas delgadas. Os resultados confirmaram a expansão rápida das áreas plantadas, inicialmente sobre áreas antes de soja, onde já se consolidou, e revelaram ainda que os citados solos apresentaram risco alto a muito alto de compactação e presença indiscutível de degradação da qualidade física resultante desse processo, corroborada pelos indicadores conhecidos de aumento da resistência à penetração, dispersão de argila e densidade do solo, acompanhados da redução da macroporosidade e de mudanças na morfoporosidade que passa de intergranular a fissural descontínua à medida que a microestrutura evolui de microagregada a porfírica (compacta). Conclui-se que a compactação, por ser relativamente superficial ou rasa, pode ser associada aos efeitos das práticas de manejo com máquinas pesadas, porém até o momento estudado, pode ser atenuada pelo uso de fertirrigação com vinhaça.
Palavras-chave: Saccharum spp; expansão canavieira; qualidade física dos solos; microestrutura; morfoporosidade; compactação.
Fonte: PosGeo